quinta-feira, 21 de maio de 2009

Josefina Rocha

Tenho andado distraído, e só agora ouvi esta reportagem da SIC.


Quando ouvi falar de uma professora que falava de orgias nas aulas, pensava em alguma alegre jovem professora de mente aberta e feliz com a vida, que se tivesse atrevido a apregoar às suas alunas os seus prazeres mais secretos. Afinal trata-se de uma frustrada, arrogante, prepotente, lunática, que não tem respeito nem pelos alunos, nem pelos pais, nem sequer pelo próprio acto sexual de que fala insistentemente.

Não me choca que uma professora fale de sexo nas aulas, mas revolta-me que alguém
* fale da intimidade de outros, sem a autorização destes, sobretudo quando os visados são menores, e ainda mais quando as afirmações podem ser consideradas caluniosas, e mais ainda quando essas afirmações são totalmente gratuitas e infundadas;
* gaste o precioso tempo de aula com conversas completamente desprovidas de objectivo, em vez de proporcionar aos alunos uma melhor compreensão do mundo em que vivem, como deveria ser objectivo da disciplina que "lecciona";
* fomente na sala um ambiente de terror, de tacanhez de espírito, de agressividade, de humilhação, completamente contrário daquilo que se espera que seja o ambiente escolar;
e talvez mais que tudo, revolta-me que
* queira colocar-se acima de outros, e obrigar esses outros a comportamentos de vassalagem, só porque estudou durante mais anos (estudo esse que, pelo que se vê, em nada a engrandeceu).

Se há coisa que me causa nojo no portuguesinho enfeudado na função pública ou em qualquer outro poleiro, é a mania da grandeza, corporizada na exigência de se fazer tratar por "doutor" ou "engenheiro" ou "arquitecto". Há muita gente sem formação académica que tem muito mais sensatez, maturidade, cultura, empreendedorismo, competência e humanidade do que nós que temos formação superior. Além disso, muitos não têm formação superior simplesmente porque se viram obrigados a ganhar o seu sustento ainda novos, e isso não lhes tira valor, bem pelo contrário. Assim, é absolutamente nojento que alguém se ponha aos berros a dizer a uma adolescente que a mãe desta não tem educação porque não a trata por Senhora Doutora. É ouvir para crer...

Preocupa-me a invasão da privacidade que a difusão da tecnologia tem tornado cada vez mais fácil. Obviamente incomoda-me pensar que posso estar a ser filmado ou que a minha voz pode estar a ser gravada em qualquer momento. Pensava que a captação não autorizada de voz ou de imagem de outra pessoa seria crime, e acho deve sê-lo, sobretudo se for feita pela "parte mais forte" (pelo Estado contra os cidadãos, ou pela administração de uma empresa contra os seus empregados). Porém, neste caso, quem faz a gravação é a "parte mais fraca", e só recorre a este meio depois de ter tentado em vão fazer valer os seus direitos. Por isso, espero que a aluna e respectivos pais não sejam punidos, e que a Sr.ª Dr.ª Josefina Rocha seja irreversivelmente afastada da docência, já que não manifesta nem respeito nem empenho por esta profissão.

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