ao longo destes anos, o PS tem dado repetidas provas de total desrespeito pelos direitos dos cidadãos: direito à educação (uma verdadeira educação de qualidade, não a farsa das "novas oportunidades), direito à participação pública e à liberdade de expressão, direito ao ambiente, etc.. O Sócrates que parecia tão amigo do ambiente nos últimos momentos do governo de Guterres, revelou-se um hipócrita de primeiro nível. É fundamental que o penalizemos, bem como a todos os que, (c)ordeiramente, aprovam as suas propostas.
Os exemplos são mais que muitos; todos os dias nos chegam através da comunicação social ou dos sites e listas de e-mail das associações de defesa do ambiente. Veja-se, por exemplo, o artigo de Luísa Schmidt no Expresso de 30 de Maio:
«(...) o Governo decidiu reduzir as coimas por danos ambientais (...) - proposta pelo Governo e aprovada no Parlamento pela maioria socialista e contra os votos de todos os outros partidos (...) O que é patético nesta medida, é a candura com que ela revela a verdade da formação ambiental e a cultura política destes governantes.»
Mas se alguém pensa que ainda existe algum "Partido Ecologista 'Os Verdes'" que possa constituir uma alternativa, no âmbito da coligação à qual pertence, então desencante-se, porque...
Não há moral neste país. Não há respeito, nem pelos vivos nem pelos que ainda hão-de nascer. Não há programas sólidos e concretos, apenas intenções vagas ou ideias avulsas. Vai-se ler o manifesto eleitoral de qualquer um dos cinco partidos mais visíveis (este ou este, por exemplo), e no fim de um longo texto fica-se com a impressão de que a montanha pariu um rato: muitas palavras bonitas, muitas boas intenções, mas pouca clareza sobre quais as acções em que se concretizarão as apregoadas intenções. Nem o recém-criado Movimento Mérito e Sociedade se escapa: a sua Declaração de Candidatura é mais do mesmo. Por outro lado, o programa eleitoral do Partido Humanista parece um cocktail feito à pressa, onde faltam muitos ingredientes e outros estão a mais; ainda assim, parece ser aquele que contém mais ideias novas e pertinentes.
Um dos partidos de esquerda com assento parlamentar apresenta um "Compromisso Eleitoral" com algumas ideias relativamente inovadoras e bastante claras; no entanto, a arrogância típica dos candidatos deste partido provavelmente impedirá que alguém preste sequer atenção às suas propostas. Quanto ao outro partido minoritário de esquerda com assento parlamentar... há alguma substância na sua Declaração Programática, mas também muitas promessas vagas ou impossíveis de implementar.
Perdido neste deserto de ideias -- ou, pelo menos, de ideias expressas com clareza e sinceridade -- calhei a encontrar no sítio do Movimento Esperança Portugal uma ligação para o EU Profiler. É um serviço absolutamente fantástico: ajuda-nos a reflectir sobre as nossas próprias posições, localiza-nos no espectro de partidos políticos que se candidatam às eleições, fornece uma descrição simples e visualmente apelativa do posicionamento de cada partido, e -- extremamente importante -- é inteiramente credível e verificável, já que o perfil de cada partido é documentado com excertos dos respectivos documentos programáticos e ligações para esses documentos.
Estando eu hesitante entre dois ou três partidos, o EU Profiler veio confirmar aquela que se perfilava como a minha escolha. Bem hajam todas as instituições envolvidas neste projecto.
Sem comentários:
Enviar um comentário