É bom saber que não estamos sós. Encontrei agora mesmo, no blog do Público, este comentário:
11.09.2009 15h29 - Anónimo Vila Nova de Gaia
Hoje entrei num autocarro na baixa da cidade do Porto. Havia um tumulto no autocarro porque um senhor já com uma certa idade resolveu dizer a um grupo de jovens que estavam sentados, (gosto especialmente das palavras “de uma certa idade” e “jovem”) que estes se deveriam levantar para dar lugar às pessoas mais velhas. Os jovens não se quiseram levantar porque “quem tem pernas para andar também pode ir em pé” e também “andam cansados de ir para a escola”. Foram rudes (também gosto da palavra rude) com todos os que se insurgiram contra as suas atitudes e dois deles lá se levantaram para dar lugar continuando a falar alto acerca da razão para não se levantarem. Um deles tentava apaziguar os ânimos dizendo para se acalmarem e se calarem ao que um responde “isto é depois do 25 de Abril posso dizer o que quiser ou estamos na época do Salazar?”.
A ignorância assusta-me. Assusta-me a geração que acha que 25 de Abril é sinónimo de má educação e pouco respeito. Assusta-me a geração que não se importa com ensino facilitado para poderem passar e fazer a escolaridade obrigatória. Assusta-me a geração que acha que não tem que se levantar para dar lugar aos mais velhos. Assusta-me a geração do deixa andar, da apatia, dos rebanhos, da velocidade da informação e da velocidade de sentimentos, do “não me interessa”, do vamos lá cambada todos à molhada. Porque um país se vê pela qualidade do seu ensino e pela qualidade da sua saúde, porque o nosso não tem bom ensino nem boa saúde, porque não é só deste governo mas de sucessivos governos e sucessivos maus ministros da saúde e da educação. De más ideias e más práticas. De más alternativas. De olhar para a lista dos candidatos e não conseguir encontrar um com quem nos identificamos porque todos eles já mostraram incompetência quer na actualidade quer no passado ou apenas porque são apáticos com ideias passadas e repassadas ou com ideias nenhumas. E podem chamar o que quiserem, geração rasca, à rasca, dos 1000 euros, dos sms, do polegar. Chamem o que quiserem só não me chamem a mim nada porque com 30 anos, numa tentativa de perspectivar o futuro só vejo branco, branco como o voto que será o meu nas próximas eleições e por essa razão, nada me chamarão com certeza.
sábado, 19 de setembro de 2009
Mais um voto branco - seremos muitos
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