domingo, 14 de junho de 2009

As falácias da economia

"what makes [economists] think that growth (i.e., physical expansion of the economic subsystem into the finite containing biosphere), is not already increasing environmental and social costs faster than production benefits, thereby becoming uneconomic growth, making us poorer, not richer? After all, real GDP, the measure of “economic” growth so-called, does not separate costs from benefits, but conflates them as “economic” activity. How would we know when growth became uneconomic? Remedial and defensive activity becomes ever greater as we grow from an “empty-world” to a “full-world” economy, characterized by congestion, interference, displacement, depletion and pollution. The defensive expenditures induced by these negatives are all added to GDP, not subtracted."

"Beyond a level already reached in many countries GDP growth delivers no more happiness, but continues to generate depletion and pollution. At a minimum we must not just assume that GDP growth is “economic growth” (...)."

"A long run norm of continuous growth could make sense, only if one of the three following conditions were true:
  1. if the economy were not an open subsystem of a finite and non-growing biophysical system,
  2. if the economy were growing in a non physical dimension, or
  3. if the laws of thermodynamics did not hold."

"Development (squeezing more welfare from the same throughput of resources) is a good thing. Growth (pushing more resources through a physically larger economy) is the problem. Limiting quantitative growth is the way to force qualitative development."

"Rich and poor separated by a factor of 500 become almost different species. The main justification for such differences has been that they stimulate growth, which will one day make everyone rich. This may have had superficial plausibility in an empty world, but in our full world it is a fairy tale."

"For the Classical Economists the length of the working day was a key variable by which the worker (self-employed yeoman or artisan) balanced the marginal disutility of labor with the marginal utility of income and of leisure so as to maximize enjoyment of life. (...) We need to make it [the length if the working day] more of a variable subject to choice by the worker. And we should stop biasing the labor–leisure choice by advertising to stimulate more consumption and more labor to pay for it."

Daly, Herman (Lead Author); Robert Costanza (Topic Editor). 2009. "From a Failed Growth Economy to a Steady-State Economy." In: Encyclopedia of Earth. Eds. Cutler J. Cleveland (Washington, D.C.: Environmental Information Coalition, National Council for Science and the Environment). [Published in the Encyclopedia of Earth June 5, 2009; Retrieved June 14, 2009]. <http://www.eoearth.org/article/From_a_Failed_Growth_Economy_to_a_Steady-State_Economy>

Pode ouvir algumas ideias de Herman Daly em http://www.electricpolitics.com/podcast/2007/03/ecological_economics.html.





Finalmente encontro um economista com dois dedos de testa!! É que, hoje em dia, quase todos os pretensos economistas não vêem um palmo à frente do nariz... falam de coisas que não compreendem... perderam completamente a noção de o que é e para que serve a economia.

O exemplo acabado desta pobreza intelectual generalizada entre os pseudo-economistas que pululam por aí, pode ser encontrado nos "boletins de economia" da comunicação social, onde se fala dos altos e baixos da Bolsa como se se falasse de meteorologia, sem jamais se explicar o significado, as implicações e as causas dessas flutuações. Os referidos boletins de economia só podem servir para uma coisa: ampliar os movimentos eufóricos de compra e venda de acções. Ou seja: funcionam como realimentação positiva. Acontece que a realimentação positiva é precisamente o mecanismo que provoca instabilidade dos sistemas (sejam eles sistemas económicos, meteorológicos, ou quaisquer outros). Portanto, os pseudo-economistas dos dias de hoje -- como esses miúdos armados em espertos que ouvimos logo ao início da manhã nas rádios e televisões -- não fazem mais do que incentivar a instabilidade da economia.

É bom saber que, algures do outro lado do oceano -- naquela nação que tanto gostamos de criticar... -- há laivos de bom senso e de compreensão holística deste complexo sistema económico, ambiental e social chamado Terra.

quinta-feira, 4 de junho de 2009

Vamos todos multar o PS... nas urnas

Caros,

ao longo destes anos, o PS tem dado repetidas provas de total desrespeito pelos direitos dos cidadãos: direito à educação (uma verdadeira educação de qualidade, não a farsa das "novas oportunidades), direito à participação pública e à liberdade de expressão, direito ao ambiente, etc.. O Sócrates que parecia tão amigo do ambiente nos últimos momentos do governo de Guterres, revelou-se um hipócrita de primeiro nível. É fundamental que o penalizemos, bem como a todos os que, (c)ordeiramente, aprovam as suas propostas.

Os exemplos são mais que muitos; todos os dias nos chegam através da comunicação social ou dos sites e listas de e-mail das associações de defesa do ambiente. Veja-se, por exemplo, o artigo de Luísa Schmidt no Expresso de 30 de Maio:
«(...) o Governo decidiu reduzir as coimas por danos ambientais (...) - proposta pelo Governo e aprovada no Parlamento pela maioria socialista e contra os votos de todos os outros partidos (...) O que é patético nesta medida, é a candura com que ela revela a verdade da formação ambiental e a cultura política destes governantes.»

Mas se alguém pensa que ainda existe algum "Partido Ecologista 'Os Verdes'" que possa constituir uma alternativa, no âmbito da coligação à qual pertence, então desencante-se, porque...

«Julgavam os portugueses que a bicentenária Mata dos Medos, graças ao seu estatuto de Reserva Botânica, estava protegida? Trouxas! O Governo e a Câmara de Almada [CDU] decidiram destruí-la para rasgar nela uma estrada, isto quando já lá existe outra que liga os mesmos pontos. (...) Ainda na Caparica, julgavam os cidadãos que as célebres Terras da Costa, integradas na Paisagem Protegida da Arriba Fóssil da Costa da Caparica e em terrenos de RAN de primeira - célebres pela sua excepcional produtividade agrícola - estavam a salvo do cimento? Trouxas! O próprio Polis prevê urbanizações e mais uma estrada naquela zona (...). Os agricultores já começaram a ser expulsos.»


Não há moral neste país. Não há respeito, nem pelos vivos nem pelos que ainda hão-de nascer. Não há programas sólidos e concretos, apenas intenções vagas ou ideias avulsas. Vai-se ler o manifesto eleitoral de qualquer um dos cinco partidos mais visíveis (este ou este, por exemplo), e no fim de um longo texto fica-se com a impressão de que a montanha pariu um rato: muitas palavras bonitas, muitas boas intenções, mas pouca clareza sobre quais as acções em que se concretizarão as apregoadas intenções. Nem o recém-criado Movimento Mérito e Sociedade se escapa: a sua Declaração de Candidatura é mais do mesmo. Por outro lado, o programa eleitoral do Partido Humanista parece um cocktail feito à pressa, onde faltam muitos ingredientes e outros estão a mais; ainda assim, parece ser aquele que contém mais ideias novas e pertinentes.

Um dos partidos de esquerda com assento parlamentar apresenta um "Compromisso Eleitoral" com algumas ideias relativamente inovadoras e bastante claras; no entanto, a arrogância típica dos candidatos deste partido provavelmente impedirá que alguém preste sequer atenção às suas propostas. Quanto ao outro partido minoritário de esquerda com assento parlamentar... há alguma substância na sua Declaração Programática, mas também muitas promessas vagas ou impossíveis de implementar.

Perdido neste deserto de ideias -- ou, pelo menos, de ideias expressas com clareza e sinceridade -- calhei a encontrar no sítio do Movimento Esperança Portugal uma ligação para o EU Profiler. É um serviço absolutamente fantástico: ajuda-nos a reflectir sobre as nossas próprias posições, localiza-nos no espectro de partidos políticos que se candidatam às eleições, fornece uma descrição simples e visualmente apelativa do posicionamento de cada partido, e -- extremamente importante -- é inteiramente credível e verificável, já que o perfil de cada partido é documentado com excertos dos respectivos documentos programáticos e ligações para esses documentos.

Estando eu hesitante entre dois ou três partidos, o EU Profiler veio confirmar aquela que se perfilava como a minha escolha. Bem hajam todas as instituições envolvidas neste projecto.